Friday, August 5, 2011

Índia ensina GE a ser mais local em países emergentes

Friday, August 5, 2011

Megha Bahree
The Wall Street Journal, de Bangalore, Índia

Ao avaliar o impacto da crise financeira global, a General Electric Co. verificou que alguns mercados emergentes — especialmente a Índia — haviam suportado o trauma melhor do que o mundo desenvolvido.

O conglomerado americano já está na Índia há mais de um século, mas reformulou suas operações lá apenas há poucos anos para aproveitar o grande mercado consumidor interno e o crescimento econômico local, que foi de 8,5% no ano fiscal encerrado em 31 de março .

Agora, seus esforços começam a dar frutos. A GE produz um aparelho de tomografia e um aquecedor de berço na Índia que vende no mercado local e em outros. As vendas no setor de saúde aumentaram em 20% na Índia no ano passado, para US$ 300 milhões. A GE espera que atinjam US$ 400 milhões este ano e US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos.

[GE]Reuters

Linha de montagem para equipamentos de saúde da GE em Bangalore

A chave para a GE foi colocar o foco não somente nas vendas e no marketing, mas também no uso da Índia como base para criar produtos de baixo custo voltados ao mercado local, outros mercados emergentes e, finalmente, o mundo desenvolvido.

"Comercialmente, não estávamos nos saindo tão bem quanto gostaríamos na Índia", disse John Flannery, diretor-presidente da GE no país, ao Wall Street Journal. Para uma empresa que obtém mais de 60% da receita total fora dos EUA, a contribuição da Índia, de US$ 1,8 bilhão, correspondia a uma fração minúscula do faturamento do ano passado, que foi de US$ 150 bilhões.

Jeffrey Immelt, o presidente da GE, "chegou à conclusão de que parte do problema era o fato de não termos muito foco local", disse Flannery, que foi enviado ao país em 2010.

A ideia era investigar quais os produtos que os indianos queriam e quanto eles estariam dispostos a pagar por eles.

A unidade de saúde da GE identificou as causas de mortalidade mais frequentes no país e se concentrou em doenças cardíacas e problemas de maternidade. Identificou também oportunidades entre a população rural de cerca de 700 milhões que não podiam arcar com a maioria das despesas médicas relacionadas com serviços cardíacos e maternais.

Entre os obstáculos identificados pelos pesquisadores havia flutuações da voltagem e falta de eletricidade; falta de recursos e de espaço para equipamentos caros, de grande porte; alto nível de poeira e poluição; uso intenso do equipamento; e a burocracia que particularmente dificultava a substituição das peças. A GE também teve que lidar com escassez de mão de obra capacitada para cargos de gerência e diretoria.

A linha Lullaby é um bom exemplo de como a empresa está fazendo as coisas de modo diferente na Índia. Os cuidados com a saúde na área maternal apresentam um potencial imenso nesse país de 1,2 bilhão de habitantes e uma taxa de mortalidade infantil de 55 para cada 1.000 crianças.

O aquecedor de berço da GE, também conhecido como Lullaby, projetado e fabricado na Índia, foi criado para esse mercado. Oitenta por cento dos hospitais do país usam aquecedores específicos para bebês, direcionando o calor para os berços abertos com a finalidade de ajudar os recém-nascidos a se ajustarem à temperatura ambiente (o uso de incubadoras, quase sempre para bebês prematuros, é menos comum).

A estratégia de vendas do Lullaby enfatiza o fato de o produto não apresentar campainhas ou apitos que possam intimidar as pessoas sem o costume de usar equipamentos mais sofisticados. Exceto pelos logotipos da GE e do Lullaby, o painel de controle faz uso apenas de desenhos indicando as funções.

"Nosso alvo é a base da pirâmide", diz Ravi Kaushik, diretor de marketing da GE para cuidados maternais.

O aquecedor, que custa US$ 3.000, foi lançado em maio de 2009 e está sendo vendido em 62 países, entre eles Brasil, Rússia, Egito, Dubai e Itália. O aquecedor padrão da GE nos EUA — que inclui software para monitorar o pulso do bebê , balança digital, monitores LCD e um colchão com um difusor de pressão que se ajusta ao peso do bebê — tem preços a partir de US$ 12.000.



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